domingo, 24 de agosto de 2008

Ctrl C / Ctrl V

Sexta-feira, na Dois.a Publicidade, era só no que se falava. A “semelhança” entre o vídeo da futura candidata a prefeita de Natal, Micarla de Souza, com o de Barack Obama, senador democrata e candidato a presidência dos EUA. Usei a palavra “semelhança”, pra aqui não ser indelicada com os tais criativos do vídeo, que foi ao ar no programa eleitoral. Entre nós publicitários, chama-se a tal façanha de “CHUPADA”. E que chupada!
Vejam, pra não dizerem que é balela.

sábado, 23 de agosto de 2008


Por Telga Lima

Para Cauã, o sentimento que enxergo em meu irmão.
Cauã,
Queria quebrar as tuas costelas naquele abraço, queria prender-te bem dentro das minhas veias.
Proteger-te do acaso, mas eu não estava lá. Ninguém pode com o acaso, nem meus pensamentos em ti, nem a sensação de tuas costelas ainda em meus dedos naquele abraço caloroso e tão meu.
Quero que saibas que meus pensamentos e todas as minhas forças estavam ali, deixei-as dentro da casa inteira, enquanto tive que ir. Deixei-a pelos quartos, pelo chão aonde pisavas, pelos seus objetos, nos teus pés, dentro dos teus sapatos.
Quero que saibas que minha doçura estava lá perto de ti, minha risada, meus gestos de carinho, minha alegria da tua presença.
Quero dizer que quando tive quer ir aquela hora, apressadamente, era pra trazer comida pra sua boca, alimento pra o teu corpo e tua alma.
Chamaste-me algumas vezes, rodeando-me, chamando-me insistentemente e eu respondia também insistentemente, sem entender que daí a pouco não ouviria mais chamar-me outra vez.
Aquela foi a última vez que ouvi chamar-me.
Quero que saiba que eu estava sim, estava, mas tive que sair e quando voltei eras tu quem não mais encontrava-se lá, esperando pelos meu abraço de quebrar costelas, eras tu quem não estava mais lá pra eu sentir tua pele quente adormecer na minha.
Sinto tanto que tenhas ido tão cedo, antes do anoitecer, queria você em meu colo como dantes.
Fecho os olhos e os teus brilham bem diante dos meus ainda, e será assim por toda a vida, até que eu te encontres em algum lugar e pode ter certeza que é o brilhos dos teus olhos que vai fazer se abrir um clarão, por essas vielas de bruma pelas quais tento seguir indiferente.
Sigo pelos seus irmãos Rayane, João Vitor e Rayra.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

AGRADECIDA PELA GENTILEZA

Passe esta atitude adiante
Por Alberto Coutinho - Jornalista
Na correria do dia a dia temos convivido com um inimigo pouco visível, que corrói as regras básicas do convívio social: a falta de gentileza. A boa educação está cada vez mais banalizada e as pessoas, principalmente os jovens, muitas vezes se envergonham de ser gentis, respeitosas e amáveis com as outras. Expressões como “muito obrigado”, “por favor”, “com licença” e “desculpe” estão praticamente banidas do vocabulário das pessoas, que acham que não há tempo para “frescuras”, como costumam classificar as boas maneiras no relacionamento interpessoal.Cruzar com um desconhecido, ou até mesmo com um colega de trabalho ou um vizinho sem cumprimentá-lo, é algo corriqueiro, pois as pessoas nem percebem a importância de se desejar um “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”. Cumprimentar o motorista e o cobrador ao entrar num ônibus, um zelador de um prédio ou um operador de caixa de um supermercado, faz toda a diferença na forma de como estas pessoas lhes atendem.Atitudes simples, como abrir uma porta de um restaurante ou de um banco e segurá-la para que um desconhecido entre, é uma cena rara e, quando acontece, não há qualquer tipo de agradecimento. Abrir a porta do carro para uma senhora entrar é “coisa do povo antigo”. Reduzir a velocidade para permitir que um motorista entre numa via pública movimentada, nem pensar. Ninguém nunca tem tempo para “deixar” alguém, que nunca viu antes, passar à frente.É lamentável que o ser humano esteja perdendo a capacidade de respeitar e preservar as boas regras do convívio social. Tratar mal, respondendo grosseiramente a alguém, é fato tão corriqueiro que as pessoas, na maioria das vezes, nem percebem o quanto foram indelicadas.Li num jornal de Mossoró (RN) que uma escola daquela cidade está desenvolvendo um projeto, que envolve alunos, funcionários e familiares, para o resgate de atitudes simples como pedir desculpas, agradecer e pedir “Por favor”. Acredito que este é o caminho e que as crianças podem contribuir muito para reverter esta situação de falta de respeito ao próximo.Mas é preciso contaminar toda a sociedade com o “vírus da gentileza”, como está fazendo uma rede de cinema de um dos shoppings de Natal, que lançou uma campanha concedendo desconto de 50% no ingresso, no ato da compra, ao cliente que der um sorriso ao caixa da bilheteria, neste mês de agosto. Parece pouco, mas o simples gesto de sorrir para alguém já é uma atitude de cortesia.Não podemos perder de vista nossos filhos, que acham que tudo que a gente faz não passa de obrigação de pai e mãe. Temos que ensiná-los a reconhecer o esforço e a agradecer os favores que lhes fazemos no dia a dia, por mais triviais que sejam. Acho que a família é a base de tudo para a construção de bons relacionamentos. Por gentileza, passe esta atitude à diante.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Dica de Filme - "filme de amor".


EXPRESSÃO AMOR

Cão Sem Dono é como um verbo que se conjuga para todas as pessoas.

Por Eduardo de Araújo Teixeira.


Há alguns anos uma amiga mandou um e-mail perguntando se eu conhecia algum filme que tratasse de amor. Ela frisou, não queria uma "comédia romântica", mas um filme de "amor". Fiquei um tanto atordoado, pois foi quando percebi que a maior parte dos ditos “filmes românticos" tratavam, na verdade, da falta de amor, de todos os entraves que no desfecho são desatados e desembocam em um happy end . Mas se fosse hoje, para recomendar um filme que trata do amor, recomendaria Cão Sem Dono , de Beto Brant e Renato Ciasca.

Brant faz um cinema urbano, ágil, inteligente, com personagens jovens e tramas bem construídas. Cão Sem Dono comove o espectador por sua incomensurável tristeza. Beto Brant pôs finalmente de lado a vertigem da periferia, as peripécias da “ação”, o embate verbal que imperava em seus filmes e finalmente mergulhou mais profundamente no sujeito. É um filme sobre uma geração que entristeceu porque não vê muita saída no Brasil pós-tudo. O protagonista Ciro é seu espelho, um tradutor que não traduz, que quase não fala; às vezes balbucia umas palavras em russo (Ah, os angustiados russos!!!). O filme se abre ao espectador com o casal protagonista na cama, onde Ciro vai, sem volteios ou preâmbulos, ser ternamente devorado pela bela e jovem Marcela. Mais do que as idiossincrasias de um adolescente tardio perdido e uma menina linda que modela, -- porque seu grande sonho é viajar (um viajar por viajar, um viajar para conhecer o mundo, um viajar que é para conhecer-se), -- Cão Sem Dono é um filme de amor.

Preste atenção, não é apenas "uma história de amor", mas um filme SOBRE o amor. Amor que na história começa pelo sexo casual. Amor que se espraia pela caridade (recolher o cão vadio). Amor que se expressa em jantares entre pais e filhos. Um amor-amizade, que nasce com o gentil porteiro do prédio. Amor pelo perdão (com o motoqueiro que atropela a sua esposa), amor pela arte (e que não se explica, nas telas pintadas sobre jornais), o solidário amor do cuidar (dos pais e de Marcela adoentada), amor, por fim, que se revela desesperada paixão por Marcela, até seu apaziguamento em ternura no final do filme.

sábado, 9 de agosto de 2008


"POR QUE ESCREVO?
Escrevo pra tentar me entender
E também por saber
Que meus textos levam-me a você
Que saboreia cada palavra
Com boca bem gulosa...
Sempre quando pode me ler.
Também por saber que palavras são poderosas
Enlaçam e atraem as pessoas...
Que passam a caminhar juntas
De mãos dadas... coisa boa!
Palavras abrem caminhos
Que apresentam-se obscuros
São luzes: azuis, verdes...
Acendendo em pontos escuros.
As palavras nos uniu
Rimos com e delas...
Acalentam nossas dores
Mesmo as mais singelas.
Palavra não tem preço
Tem valor inenarrável...
Especialmente quando são
Pronunciadas por pessoa amável.
A palavra tem peso e cor
Elas levantam e fazem cair...
Pulverize com aroma de amor
A palavra que de sua boca sair".

Fátima Feitosa