sábado, 23 de março de 2013

NÃO DEVERIA SER PADRÃO






Por Telga Lima


Ana Paula Padrão é referência para muitas mulheres executivas em todo o país e tem nos surpreendido deste a sua inesperada atitude de deixar a bancada de um dos mais expressivos jornais da Rede Globo de Televisão. Uma das suas justificativas foi a falta de tempo para sua família, o que ainda foi mais surpreendente para nós mulheres.

Equilíbrio é a palavra que vem norteando as tomadas de decisões de uma das jornalistas mais bem conceituadas do Brasil, e é com base neste princípio de vida que Ana vem rompendo padrões que deveriam simplesmente ser seguidos e caminha em busca dos seus sonhos e objetivos. 

O foco: A Mulher, mais especificamente a mulher de classe média.
Esse é o universo que a inspira e a fez traçar novas plataformas de atuação como jornalista.
Seus estudos e pesquisas vão estar em um portal - Temo de Mulher - dedicado exclusivamente a elas que tentam se equilibrar entre o lar que abrigam no ventre e o business.

Em sua entrevista para a revista Exame, ela cita um dado interessante: "71% das latinas consideram que a vida familiar e o trabalho vem em segundo lugar. O trabalho ainda é um meio e não um fim".  

Em sua entrevista de despedida, agora da emissora Recor, ele fala do portal, dos seminários que faz pelo Brasil e das pesquisas que vem realizando sobre as mulheres.

O que Ana Paula menos quer é seguir um padrão.

Creio que temos um exemplo diante dos nossos olhos que nos indica uma tomada de postura mais aberta pra nossas vidas estressadas e sacrificadas devido a luta desenfreada para atingirmos a máxima excelência no mundo dos negócios. Nós mulheres temos inúmeras outras prioridades que vão muito além do barulhinho bom do tilintar das moedas e das amaras e tramas dos paletós.
  
Não sou nenhuma mestra em dialética, até porque esse é um assunto que dá muito pano pras mangas, porém é importante ficarmos atentas para não sermos atropeladas por nós mesmas. Ainda nos impomos ser  “As Rosies” (imagem feminina criada nos Estados Unidos e usada em propaganda para intimar as americanas a substituir os homens na indústria bélica durante a Segunda Guerra), Rosies significa mulheres capazes de fazer quase tudo com as próprias mãos. E essa figura se tornou o marco de um movimento que começou com as operárias da Revolução Francesa.

É sabido que temos um muque e tanto, uma vez que cumprimos jornadas triplas de trabalho e nos dividindo entre a profissão e o as tarefas domésticas (principal causa do estresse feminino), mas será que não devemos ponderar a exibição desse muque e vislumbrar a possibilidade de maior bem estar?

Não devemos nos sentir envergonhadas ou fora do páreo por também estamos sedentas por minutos a mais para valorizar aquilo que nos é tão caro: O amor e a família.

Talvez seja um pouco de tudo que essa mulher admirável e ícone do jornalismo brasileiro busque:  Uma pitada doce na vida e mais prazerosa que a permita fluir entre o que considera vital: Bussines, família e amor, sem ter que aderir a um “padrão”.