Por Telga Lima
Ana Paula Padrão é referência para muitas mulheres
executivas em todo o país e tem nos surpreendido deste a sua inesperada atitude
de deixar a bancada de um dos mais expressivos jornais da Rede Globo de
Televisão. Uma das suas justificativas foi a falta de tempo para sua família, o
que ainda foi mais surpreendente para nós mulheres.
Equilíbrio é a palavra que vem norteando as tomadas de
decisões de uma das jornalistas mais bem conceituadas do Brasil, e é com base
neste princípio de vida que Ana vem rompendo padrões que deveriam simplesmente ser
seguidos e caminha em busca dos seus sonhos e objetivos.
O foco: A Mulher, mais
especificamente a mulher de classe média.
Esse é o universo que a inspira e a fez traçar novas
plataformas de atuação como jornalista.
Seus estudos e pesquisas vão estar em um portal - Temo de
Mulher - dedicado exclusivamente a elas que tentam se equilibrar entre o lar que
abrigam no ventre e o business.
Em sua entrevista para a revista Exame, ela cita um dado interessante: "71% das latinas consideram que a
vida familiar e o trabalho vem em segundo lugar. O trabalho ainda é um meio e
não um fim".
Em sua entrevista de despedida, agora da emissora Recor, ele
fala do portal, dos seminários que faz pelo Brasil e das pesquisas que vem realizando sobre as mulheres.
O que Ana Paula menos quer é seguir um padrão.
Creio que temos um exemplo diante dos nossos olhos que nos
indica uma tomada de postura mais aberta pra nossas vidas estressadas e sacrificadas devido a luta desenfreada para atingirmos a máxima excelência no mundo dos
negócios. Nós mulheres temos inúmeras outras prioridades que vão muito além do barulhinho bom do tilintar das moedas e das amaras e tramas dos paletós.
Não sou nenhuma mestra em dialética, até porque esse é um
assunto que dá muito pano pras mangas, porém é importante ficarmos atentas para
não sermos atropeladas por nós mesmas. Ainda nos impomos ser “As Rosies” (imagem feminina criada nos
Estados Unidos e usada em propaganda para intimar as americanas a substituir os homens na indústria
bélica durante a Segunda Guerra), Rosies significa mulheres capazes de fazer
quase tudo com as próprias mãos. E essa figura se tornou o marco de um movimento
que começou com as operárias da Revolução Francesa.
É sabido que temos um muque e tanto, uma vez que cumprimos
jornadas triplas de trabalho e nos dividindo entre a profissão e o as tarefas domésticas (principal causa do estresse feminino), mas será que não devemos
ponderar a exibição desse muque e vislumbrar a possibilidade de maior bem
estar?
Não devemos nos sentir envergonhadas ou fora do páreo por também
estamos sedentas por minutos a mais para valorizar aquilo que nos é tão caro: O amor
e a família.
Talvez seja um pouco de tudo que essa mulher admirável e
ícone do jornalismo brasileiro busque: Uma pitada doce na vida e mais prazerosa que a
permita fluir entre o que considera vital: Bussines, família e amor, sem ter
que aderir a um “padrão”.