De Telga Lima
Desculpem-me, mas o caralho dessa solidão, desse vazio, desse desamor, desses ridículos humanóides, debilóides. Às vezes ela, a solidão, protagonista deste texto, vem do nada, vem com tudo, vem de um oco que já está instalado, vem de uma noite gélida ou de uma dor de estômago, ou de uma dor de barriga. Alguém já teve dor de barriga de raiva, de solidão, de medo de alguma coisa? A dor de barriga do medo. A dor de barriga da merda. Uma buceta de uma dor, de algo que dói, dói e dói, no peito dos burros sensíveis, dos sensíveis burros, donos de nenhum burgo. Donos de nada, nem ao menos do seu próprio ser ou das rédias do sentido que se deve dar a alguma coisa. Que coisa!
Que porra é essa, que machuca que não podemos esmagar com as mãos, cuspir?
É loucura total, é um back ao inverso, o que não deixa de ser uma fumaça que queima neurônios em busca de calmantes. Espera, tenho que ir ao banheiro agora. Estou com uma puta de uma dor de barriga.
Hino à dor
Augusto dos Anjos
Desculpem-me, mas o caralho dessa solidão, desse vazio, desse desamor, desses ridículos humanóides, debilóides. Às vezes ela, a solidão, protagonista deste texto, vem do nada, vem com tudo, vem de um oco que já está instalado, vem de uma noite gélida ou de uma dor de estômago, ou de uma dor de barriga. Alguém já teve dor de barriga de raiva, de solidão, de medo de alguma coisa? A dor de barriga do medo. A dor de barriga da merda. Uma buceta de uma dor, de algo que dói, dói e dói, no peito dos burros sensíveis, dos sensíveis burros, donos de nenhum burgo. Donos de nada, nem ao menos do seu próprio ser ou das rédias do sentido que se deve dar a alguma coisa. Que coisa!
Que porra é essa, que machuca que não podemos esmagar com as mãos, cuspir?
É loucura total, é um back ao inverso, o que não deixa de ser uma fumaça que queima neurônios em busca de calmantes. Espera, tenho que ir ao banheiro agora. Estou com uma puta de uma dor de barriga.
Hino à dor
Augusto dos Anjos
Dor, saúde dos seres que se fanam,
Riqueza da alma, psíquico tesouro,
Alegria das glândulas do choro
De onde todas as lágrimas emanam..
És suprema! Os meus átomos se ufanam
De pertencer-te, oh! Dor, ancoradouro
Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro
De que as próprias desgraças se engalanam!
Sou teu amante! Ardo em teu corpo abstrato.
Com os corpúsculos mágicos do tacto
Prendo a orquestra de chamas que executas...
E, assim, sem convulsão que me alvorece,
Minha maior ventura é estar de posse
De tuas claridades absolutas!
Riqueza da alma, psíquico tesouro,
Alegria das glândulas do choro
De onde todas as lágrimas emanam..
És suprema! Os meus átomos se ufanam
De pertencer-te, oh! Dor, ancoradouro
Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro
De que as próprias desgraças se engalanam!
Sou teu amante! Ardo em teu corpo abstrato.
Com os corpúsculos mágicos do tacto
Prendo a orquestra de chamas que executas...
E, assim, sem convulsão que me alvorece,
Minha maior ventura é estar de posse
De tuas claridades absolutas!
3 comentários:
Oi Telga. Tenho sempre acompanhado o seu blog. Parabéns! Augusto dos anjos é simplesmente ótimo. Valeu pelo 'hino a dor' que apraz.
Um abraço
Tudo o que nos faz mal tem que ser expulso, do corpo, da alma, do ambiente ao nosso redor. Se for preciso, vomite. Vomite aos quatro ventos, na beira da praia, seja lá onde for. Vomite e deixe sair até a última gota do veneno em que se transformou qualquer coisa que a vida tenha lhe oferecido. O que antes era alimento, bálsamo ou um néctar, também pode perder a validade e intoxicar. Cabe a nós descobrir.
Ah, e como toda "doença", é necessário o período de descanso para recobrar as energias. Assim como é indispensável o luto quando alguém se vai. Tem que ter, se não a recuperação é mais demorada, incompleta e dolorosa.
Bota pra fora, minha filha. AAAAAAAAAAAAAaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.
putz! putz! putz! putz! putz! putz! muito bom.
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