segunda-feira, 15 de setembro de 2008

DOCE



Por Telga Lima

Ele tem os pés sensíveis.
Sente tanta cócega, uma sensação particular, ora deleitosa, ora irritante, que provoca movimentos ou risos compulsivos, que nem ao menos sabe aonde vão parar suas pernas, se alguém, mesmo que de maneira descuidada, deslisar os dedos por essa sua parte do corpo tão delicada.
Ele tem jeito de casa de livro de histórias, que fala tão eloquentemente, que é difícil não perguntarmos, como alguém pode ignorá-lo.
Ele é todo doce, de um doce pra quem tem paladar apurado, requintado, refinado. Um doce cor de pêssego.
São doces os seus pés, de tão sensíveis.
Seus lábios também são doces, de uma voz suave que a qualquer hora do dia, eu posso passear lá fora e ouvir pássaros cantando.
A começar pelos pés, eu poderia passar um dia explorando cada recanto, descobrindo que novas coisas há para se ver.
Ele me toca e eu sinto.
Ele é doce de uma forma quase alimentadora.
Ele é tão doce que me deixa tentada a sentar num canto e me deixar impregnar com qualquer que sejam os fluidos, aqueles que me fazem sentir tão tranquila.
Os meus músculos relaxam indicando acessos interiores, viscerais, cinestésicos.
Ele é tão doce que eu sinto a brisa sussurrando através dos galhos, docemente.

Um comentário:

Adélia Danielli disse...

"...e uma voz suave que a qualquer hora do dia, eu posso passear lá fora e ouvir pássaros cantando..."

Isso é lindo.
=)

délia

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