sexta-feira, 27 de junho de 2008


Por Telga Lima


Difícil amanhecer quando ainda há aquela crosta fria cobrindo o peito inerte e ainda ileso momentaneamente.
E do peito, catamos pelo chão, ao redor da cama, farpas de migalhas.
Pequenos pedaços, monstruosos enganos.
Ilusões decepadas como raízes cortadas antes do tempo de vingar,
de tomar cor, colorir-se.
Difícil grafar-se de paciência e aceitações, de nenhuma lucubração.
Amanheço eunuco, patético, títere e tento rapidamente recolher as tais migalhas.
Tento juntá-las, unir desesperadamente uma a uma, para ver se no fim, talvez
antes do anoitecer, eu me desenlaço de suas fantasmagorias. O que parecia tão real era forma indefinida, miragem medonha e apavorante.

Um comentário:

Patrício Jr. disse...

coisa linda, coisa linda, brigado pelo comentário. sinto muitas saudades! bjo.