sábado, 23 de agosto de 2008


Por Telga Lima

Para Cauã, o sentimento que enxergo em meu irmão.
Cauã,
Queria quebrar as tuas costelas naquele abraço, queria prender-te bem dentro das minhas veias.
Proteger-te do acaso, mas eu não estava lá. Ninguém pode com o acaso, nem meus pensamentos em ti, nem a sensação de tuas costelas ainda em meus dedos naquele abraço caloroso e tão meu.
Quero que saibas que meus pensamentos e todas as minhas forças estavam ali, deixei-as dentro da casa inteira, enquanto tive que ir. Deixei-a pelos quartos, pelo chão aonde pisavas, pelos seus objetos, nos teus pés, dentro dos teus sapatos.
Quero que saibas que minha doçura estava lá perto de ti, minha risada, meus gestos de carinho, minha alegria da tua presença.
Quero dizer que quando tive quer ir aquela hora, apressadamente, era pra trazer comida pra sua boca, alimento pra o teu corpo e tua alma.
Chamaste-me algumas vezes, rodeando-me, chamando-me insistentemente e eu respondia também insistentemente, sem entender que daí a pouco não ouviria mais chamar-me outra vez.
Aquela foi a última vez que ouvi chamar-me.
Quero que saiba que eu estava sim, estava, mas tive que sair e quando voltei eras tu quem não mais encontrava-se lá, esperando pelos meu abraço de quebrar costelas, eras tu quem não estava mais lá pra eu sentir tua pele quente adormecer na minha.
Sinto tanto que tenhas ido tão cedo, antes do anoitecer, queria você em meu colo como dantes.
Fecho os olhos e os teus brilham bem diante dos meus ainda, e será assim por toda a vida, até que eu te encontres em algum lugar e pode ter certeza que é o brilhos dos teus olhos que vai fazer se abrir um clarão, por essas vielas de bruma pelas quais tento seguir indiferente.
Sigo pelos seus irmãos Rayane, João Vitor e Rayra.

3 comentários:

Ronald Sobral disse...

Muito bonito. Só tive coragem de ler agora. Obrigado. Um grande beijo. Te amo. Ronald.

Magaly disse...

Sem palavras(choro)!!!Bj

Magaly disse...
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