segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Por Telga Lima

Só pedi pra apagarem as luzes.
A direção era incerta mesmo, pra que luz na travessia?
Havia um buraco negro e a escuridão bem diante dos meus olhos obrigava-me, de alguma maneira, a perceber que era pra eu ir e eu fui.
Segui com venda nos olhos.
Fui às cegas com um jeito ingênuo e sentia-me incrivelmente certa de que todas aquelas incertezas culminariam em luz, lá no final daquele túnel imaginário que sabemos bem como torná-lo realidade, bem no final de tudo.
Ganhei arranhões, espinhos cotaram a minha pele profundamente, no entanto, todo o resto se manteve preservado, dando-me a certeza de que eu deveria continuar: Saudando o inesperado, o rosal, as flores, a noite escura.
Ouvi vozes e gritos que não encontraram paredes para abafar o som de histeria dos meus pensamentos de insegurança e medo.
Ganhei amigos silenciosos, no decorrer de tudo, que habitavam a minha mente dizendo-me para voltar.
Oscilei.
Estava tudo dentro da sua normalidade, para que, então, entrar por um caminho desconhecido, na única e exclusiva intenção de tatear o vazio, o vento?
O vento que já uivara rindo dos meus ares de esperança. Que delírio!
Fui com ares de agonia, rindo dos meus devaneios.
Segui e fui até onde os teus olhos ordenaram-me.
Fui por um caminho que todos caminham e depois não conseguem mais voltar.

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