domingo, 23 de agosto de 2009

Por Telga Lima
Estava aqui pensando na aula de yoga de todas as segundas e quartas cedinho. Ali eu respirava. Encontrava um ar que purificava todos os meus poros. Quando eu estava, desesperadamente, precisando de ar, ali parecia que todas as árvores encantadas, do lugar em que eu me encontrava, todas as segundas e quartas, com aqueles outros desconhecidos, iriam me ajudar a respirar melhor.
É que acabei de abrir a janela do quarto, de onde escrevo agora, e soprou em meu rosto uma brisa azul meio fria e isso me fez lembrar o modo como eu acordava para ir encontrar aquelas pessoas, das quais eu mal sabia os nomes, apenas para poder respirar melhor.

Dali em diante tudo se transformava em um dissonante tempo: Correr para o trabalho, atender o celular enquanto tentava dirigir, pegar o casaco no banco de trás do carro, desacelerar, dar bom dia e ainda assim, aquela sensação inexplicável de bem estar, que ainda perduraria por mais algumas horas, estava ali dentro do meu corpo, mesmo com todas aquelas coisas chatas pra fazer, mesmo já fazendo algumas daquelas coisas todas chatas, ainda assim, havia um jeito bom, uma lembrança agradável de pensar, um riso idiota no canto da boca me dizendo o tempo todo que aquilo era meu, que aquelas coisas eram minhas, que o riso, de certa maneira, era sarcástico. Respirar, respirar, respirar! Eu precisava não mais me deparar com tantas possibilidades que seriam descartadas logo na próxima esquina. Eram tolas as possibilidades, eram todas de araque, eram frouxas, soltas, não havia elo algum. E eu precisava, naquele angustiante instante, eu juro que eu precisava: Acordar cedinho, lavar o rosto, inspirar, pegar mais ar, banhar o meu corpo no mar, me aconchegar. Calcule o meu enfado, o meu cansaço acerca do pouco, das coisas medíocres que soam como um reclame pouco original, publicidade barata, promocional, fácil, corriqueira, daí pego as contas dentro da bolsa, conecto-me novamente, por um minuto, à realidade. Realmente, não tenho talento para tanto, nem muito menos pra tão pouco. O dia foi árduo, as conversas maçantes, os encontros frustrantes.Tomei uma água pra acalmar. Nossa! Faz muito calor e eu passei da conta.

Um comentário:

Anônimo disse...
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