segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Por Telga Lima:
Lugar de prece, onde a nossa alma deita e rola, é o canto que chamamos de casa, de lar.
Onde o nosso peito habita numa mansidão só. Refúgio de nossas agruras, de nossas alegrias.
Ao abrirmos a porta da frente é lá que deixamos as malas de volta de qualquer lugar de onde viemos: secos, desesperados, revoltosos, extasiados, chorosos, ávidos.
Um sossego é cada canto dela que foi impresso nossa personalidade.
Lá entramos em contato com o nosso “Eu” autêntico, sem pudores, sem sujeição, opressão.
E sob os lençóis os pensamentos vagam em busca de outros sonhos.
É com o cheiro de café com bolo de laranja que realçamos o paladar da tarde, com os pés jogados por cima da mesa despretensiosamente.
Estar no seu lar, é liberdade. Isso é factual.
São amoras no pé
É manjericão colhido pra temperar o espaguete ao sugo.
A mão no rosto cedinho, tapando os olhos da invasiva luz da manhã.
É Cochilo no sofá permitido pelas mãos que desprezaram o livro da vez.
Lar, meu lar, meu mundo de coisinhas boas que transcendem a barbárie estranha e devassa do lado de fora dele.


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