domingo, 1 de julho de 2007

AGRADECIDO PELA GENTILEZA


Foi o que José Datrino, o “Profeta Gentileza”, deixou estampado no viaduto do Caju, no Rio de Janeiro, em verde e amarelo. Ensinamentos de amor ao próximo, preocupação com a natureza e sua indignação à violência, ao desamor. Pedia pra que as pessoas dissessem: “Gentileza” e não “Por Favor”. “Agradecido”, ao invés de “Muito Obrigado”. Segurava um standarte, se vestia de branco e usava uma longa barba.
Tudo aconteceu repentinamente, em 17 de dezembro de 1961. Data que registra um dos maiores dramas do mundo circence. Uma tragédia que matou cerca de 500 pessoas no circo “Gran Circus Norte-Americano”. Foi desse acontecimento que fez surgir, em Datrino, o profeta. Ele confessou ter ouvido por três vezes uma mensagem divina: “deveria abandonar tudo e ir para o local do incêndio para ser consolador de todos os que perderam seus entes queridos”. A partir de então fez do lugar sua morada e viajou por alguma regiões do país levando suas mensagens.

Por Leonardo Boff:
Como todo profeta, Gentileza denuncia e anuncia. Denuncia este mundo, regido "pelo capeta capital que vende tudo e destrói tudo". Vê no circo destruído uma metáfora do circomundo que também será destruído. Mas anuncia a "gentileza que é o remédio para todos os males". Deus é "Gentileza porque é Beleza, Perfeição, Bondade, Riqueza, a Natureza, nosso Pai Criador". Um refrão sempre volta, especialmente nas 56 pilastras com inscrições na entrada da rodoviária Novo Rio no Caju: "Gentileza gera gentileza, amor". Convida a todos a serem gentis e agradecidos. Na verdade, anuncia um antídoto à brutalidade de nosso sistema de relações. É precursor, sob a linguagem popular e religiosa, de um novo paradigma civilizatório urgente em toda a humanidade.
“Amor palavra que liberta”, já dizia o profeta.

Por: Telga lima
Mesmo sozinhos, mesmo sem nada muito palpável nas mãos. Mesmo com tudo tão longe de nós, longe dos nossos sentidos. Sem conseguirmos enxergar, que por trás de tudo que está tão desarrumado e desordenado, assim cheio de desordem; existe uma forma, de burlarmos todas essas invasivas e insensíveis agressões, que nos atingem através do clarão das bombas, dos fogos que não são mais de artifício, aqueles que comemorávamos as noites de São João. Ainda existe a delicadeza!
Mesmo sem ar suficiente e não tão puro. Sem a pureza que existia em nossa alma.
Exite o verbo amar, que insistimos em não conjulgar.
É assim, tudo começa quando se estende à mão.
Como ele mesmo dizia: “Gentileza gera gentileza”.
Tudo isso merece algumas reflexões.

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