Por Eliana Lima - (Jornalista e Blogueira)
Poderia ser um tanto quanto assustador e surpreendente não se tratasse de Coco Chanel, um gênio sem muita preocupação – ou quase alguma – com escrúpulos, de posições extremadas.
Pois eis que o ícone da moda francesa que virou referência imortal e mundial é esmiuçada no livro ‘Sleeping With the Enemy, Coco Chanel Secret War’ (Dormindo com o Inimigo, a guerra secreta de Coco Chanel) - Knopf, 2011, do jornalista especializado em Segunda Guerra Mundial Hal Vaughan, como a mais elegante das espiãs nazistas.
É o que traz nas páginas desta segunda-feira (15) o Le Mond.
Sua ligação com a Alemanha de Adolf Hitler aconteceu durante a ocupação em França, pelas mãos – e outras coisas mais – de um dos seus amantes, o barão Hans Günther von Dincklage, honrado por Hitler e Joseph Goebbels (ministro do Povo, Alegria e da Propaganda nazista).
Assim, CC manteve a mordomia de morar numa suíte no Hotel Ritz, que à data era reservada aos mais altos funcionários de Berlim.
Seu nome de código era ‘Westminster’, emprestado de um amigo de longa data e, às vezes amante, o duque de Westminster.
Após a libertação da França, Chanel foi presa por crime de guerra, mas nunca condenada (deve-se à sua amizade com o primeiro-ministro britânico Winston Churchill).
Diz trecho do livro: – “…tornara-se rica, fazia-se apreciar entre os mais ricos e com eles partilhava o ódio aos judeus, aos sindicatos, aos maçons, aos socialistas e ao comunismo. Desde 1933 que considerava que Hitler um grande europeu”.
Ficou exilada por nove anos na Suíça – Lago de Genebra – e fez regresso triunfante a Paris, conquistando também as passarelas de Londres e Nova York. Morreu em 10 de janeiro de 1971.
Vale a pena ler o livro da sempre tão atual e polêmica Coco Chanel.
O trabalho de investigação de Hal Vaughan fala da vida de Coco Chanel desde o seu nascimento numa família de camponeses muitíssimo pobres até ao trono da moda francesa.
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